Barbara Nocker de Paula e Silva

BARBARA NOCKER

A tradicional arte dos utilitários de cerâmica

A ceramista Barbara Nocker, nascida na Alemanha iniciou com  a cerâmica aos 15 anos. Com 16 anos trabalhou com um artista de Israel e aos 18 anos foi para o sul da França estudar em um atelier de cerâmica para se aperfeiçoar. Voltando, então, para seu país, deu continuidade à sua formação numa tradicional escola de cerâmica da Bavária e, finalmente, para completar a formação de mestre em cerâmica, começou a estudar em uma escola de Cerâmica focada em design e produção,  perto de Colônia. Aos 23 anos de idade veio para o Brasil e começou dar aula de cerâmica no SESC Pompéia, em São Paulo.

Casou com Zé Paulo com quem teve a primeira filha, Jacira, e por dois anos, teve um atelier de cerâmica na cidade de Gelhausen na então Alemanha Ocidental. O casal mudou-se para um veleiro em Ubatuba e pouco depois, em 1987, se fixaram em Ilhabela, onde nasceu Jessika, a filha mais nova.

Para trabalhar com cerâmica, Barbara conta que o primeiro segredo é amassar bem amassada a argila, deixa-la bem homogênea. Depois vem o torno, que exige habilidade e paciência; em seguida é feita a secagem das peças e uma primeira queima a 880ºC; seguem-se a pintura e o esmalte e por fim a queima a 1280ºC

“Cada barro é um barro, alguns são mais fáceis outros mais difíceis, é preciso avaliar e escolher o material certo para cada tipo de trabalho, pratos, jarros, etc. E claro que pode ser que não dê certo. Não se pode ter medo de trabalho pesado, nem de se sujar”

Inicialmente, a ceramista vendia suas peças em casa e na feirinha de artesanato na Praça da Vila, mas já há 25 anos abriu seu ateliê no Itaquanduba onde produz e expõe suas peças. Apesar de muitos de nós olharmos para a cerâmica como uma forma de arte ou uma atividade terapêutica, existe muito mais por trás dessa arte milenar. A cerâmica, material mais antigo produzido pelo homem, depois de moldada, submetida à secagem e a altas temperaturas, viram vasilhas resistentes e impermeáveis.

Assim como muitos povos na história da humanidade, Barbara se dedica basicamente para produção de peças que tenham utilidade, como xícaras, pratos, jarras e cumbucas. Utilizando a técnica de Cerâmica de alta temperatura com esmalte, com aplicação de pigmentos, produz peças delicadas, resistentes, com superfícies impermeáveis e higiênicas, próprias para o uso doméstico. Hoje, Barbara se orgulha de sua filha mais velha Jacira estar seguindo a tradição, criando e produzindo, em Florianópolis, suas próprias peças.

Durante esses anos todos, Barbara, voluntariamente, deu algumas oficinas em escolas publicas e APAE e fez apresentações educativos durante exposições e eventos.

Recebeu alunos no atelier a fim de explicar o oficio.

Fez exposições individuais e coletivas .

O atelier virou uma atração turística e está sempre aberto para qualquer pessoa que queira saber mais da técnica dessa arte.